novembro 01, 2012

Quem sabe um dia até talvez


Chegará o dia em que lembrarei de você com um sorriso nos lábios e sem lagrimas nos olhos. Talvez lagrimas de felicidade. Quem sabe?

Chegará o dia em que serei, metade da mulher que você foi na sua curta passagem por aqui.
Chegará o dia em que poderei dizer, que nada foi em vão. Que você veio, para nos ensinar o que era o amor incondicional. Que não importa a quantidade de vezes que te derrubaram, você sempre encontrou o caminho de volta ao topo.

Chegará o dia em que, não mais odiarei aqueles que te fizeram mal. Aqueles que te fizeram chorar, sofrer. E sim, lembrarei deles pelas vezes que te fizeram sorrir. Chegará o dia em que saberei, que soberanamente você venceu todas as adversidades da vida e que o fez com a maestria dos mais experientes.

Quem sabe um dia, poderei perdoar aquilo que levou você daqui. Que encurtou nossos encontros e que me privou de uma pessoa iluminada.

Quem sabe um dia, saberei o que você sentiu quando a vida começou a fazer sentido. Quem sabe um dia, poderei dimensionar tudo o que você sofreu.

Quem sabe um dia, conseguirei aprender com suas conquistas. Quem sabe, conseguirei me tornar uma pessoa melhor, por ter dividido com você, minha inocência. Talvez, um dia entenda realmente, o porque você se foi.

Quem sabe, um dia talvez, consiga viver o que você viveu, amar como você amou, esquecer como você esqueceu e libertar-me como você se libertou.
Até lá, gostaria de pensar que estarás sempre comigo, guiando meu caminho e brilhando sempre que eu estiver na escuridão.

Espero um dia, poder te dizer de novo, que te amo. Que te admiro. Que a vida aqui não é a mesma sem você. A vida seguia tranquila, enquanto sabia que você estava por perto. Quem sabe um dia, o universo fará sentido novamente. Quem sabe um dia, entenderei verdadeiramente, porque a sua trajetória acabou. Espero que, de onde estejas, sintas e saibas o que sinto por você. Quem sabe um dia, te encontro novamente e poderemos terminar a história que mudou a minha vida e que repentinamente se acabou.

outubro 26, 2012

O Facebook nos tempos da escola


Aparentemente, quem viu Fantástico na semana passada, está aterrorizado achando que o Facebook tem o poder de arruinar sua vida, deixar você exposto, aproximar a terra do sol e aniquilar a raça humana.

Li em um post: você que viu Fantástico e está achando que sua privacidade foi invadida, delete sua conta. Simples assim.

Mas não podemos esquecer nossas raízes. A sede por informações da vida alheia esteve sempre presente, dado que através de outros meios de comunicação. Claro, o universo de pessoas envolvidas era menor, mas quem respira sabe o poder de alcance de uma fofoca.

Esses dias, estávamos tomando um chopp e revivendo histórias do passado. Mesmo que, na mesa houvesse uma diferença de idade, é unanimidade: todos se lembram dos famosos questionários ou cadernos de respostas que passavam de mão em mão nas salas de aula.

Eram cadernos inteiros repletos de perguntas para os coleguinhas responderem. A finalidade? Descobrir se, o garoto de quem você gostava, também gostava de você – e quais eram as preferencias dele. Começava com questões simples, nome, apelido e idade.

Depois, vinham as perguntas de perfil, turma, turno e matéria preferida – pasmem, os guris sempre respondiam educação física. Entravamos então no campo das preferencias culturais, ator preferido (Lima Duarte era destaque na minha época), novela, atriz preferida (Fernando Montenegro, par perfeito de Lima).

Aqui começam as perguntas profundas: o que você quer ser quando crescer, signo, maior defeito, maior qualidade, o que admira em alguém, o que não suporta em alguém – informações extremamente importantes para desenvolver estratégias de conquista.
Passávamos também pelas preferencias musicais, banda favorita, musica preferida – esta era a pergunta que definia a playlist da Reunião Dançante (ou Festa Americana). Agora a coisa estava ficando séria.

Chegamos ao momento tão esperado, aquela pergunta: Você gosta de alguém? Sim. Coração começa a bater mais rápido, respiração fica curta e desnivelada e as mãos começam a suar, porque a próxima resposta diria se esta pessoa é você. Vira a página, De quem? Não posso responder. Uuuuuuuuuuuuuuu quase!

Depois de fortes emoções, um insight completo na vida dos colegas, a última pergunta era na verdade um pedido: deixe um recado para a dona desde caderno. Ou seja: escreva no meu mural!

Pode editar o perfil o quanto quiser, pode trocar mil vezes as configurações de segurança. Mas lembre-se, em algum lugar, alguém guardou um caderno com todas as suas informações mais intimas. Aquelas que espelham a sinceridade e simplicidade dos sentimentos de uma criança, sem os preconceitos da vida adulta.

outubro 17, 2012

Have a Nice Beer e veja que tudo pode ser melhor!


Sabe aquela ideia perfeita, que todo mundo quer ter, mas poucos conseguem?
Aquela que você pensa: “como eu queria fazer dinheiro, com pessoas legais, fazendo o que verdadeiramente amo”, ou “queria tanto criar algo tão irado, que todo mundo quando conhecesse falasse: putz, como não pensei nisso antes”!

Pois então, os guris do Have a Nice Beer mostraram que TUDO realmente pode ser melhor! Eles criaram, o primeiro clube de cervejas especiais do país, que entrega louras, ruivas e castanhas renomadas do mundo inteiro, na sua casa.

Típica coisa de Steve Jobs e Bill Gates. Criaram a ideia “na garagem” e a empresa também. Com um planejamento estratégico de dar inveja à qualquer executivo no mercado, começaram tudo on-line e com parceiras que a cada dia, solidificam-se mais.

A história é simples, você se associa pelo site, paga em média R$ 68,90 por mês e recebe cervejas na porta de casa. It couldn't get any better than this?

O kit mensal vem com: 2 rótulos inéditos – 2 garrafas de casa, uma revista com dicas de harmonização, informações da cerveja do mês e ainda dá dicas, caso você queira se aventurar e viajar à cidade de origem da bebida.

O site e redes sociais HNB, também são repletos de informações sobre o universo da cerveja, que convenhamos, é um dos mais admirados destinos do mundo!

A ideia nasceu do livro 1001 Cervejas para Beber Antes de Morrer. Presente de aniversário do Bordiox ao Menega, presente de melhor amigo, né?!. Como fazer para beber todas elas sem gastar fortunas viajando pelo mundo? ASSOCIE-SE!

Eu, além de sócia, comprei o livro e uso como espécie de “Meu querido diário da cerveja”. Faço anotações no livro sobre minhas percepções de cada rótulo, nada muito profissional, coisas do tipo: com quem bebi, quando, onde, se fiquei alegre rápido, o que comi, quantas músicas cantei e que micos paguei. OK, pode ser que esteja usando o livro literalmente como diário, mas pelo menos, tenho um ponto de referencia para compras futuras.

Melhor ainda, é saber que meu clube logo, logo, sairá do mundo virtual e ganhará vida em uma sede própria. Local destinado à encontros sociais, cursos, churrascos, tudo obviamente harmonizado com cervejas para lá de especiais. Diz ai: TUDO PODE SER MELHOR, não?

agosto 02, 2012

Incondicionalmente minha.


Te conheci pequena, irritante, cheia de manias. Nos altos de uma casa no Morumbi, dividimos uma parede e o que hoje parece, uma infinidade de aprendizados. Ainda muito pequenas fizemos uma escolha, escolhemos ser irmãs. Mal sabíamos nós que, estávamos escolhendo o amor incondicional.

A relação começou acanhada, aos poucos fomos nos descobrindo e aprendendo o significado de irmandade. Com o passar dos anos, a relação cresceu e evoluiu, as historias então se multiplicaram. Dançávamos na sala, na cozinha, no pátio. Saíamos escondidas, entrávamos na calada da noite no quarto uma da outra depois de assistirmos na TV, aos filmes que na verdade não tínhamos permissão para ver. Tudo para nos certificarmos de que, nenhuma das duas seria a abobada que deixaria cair água no chão, provocando a multiplicação dos Gremlins e o fim do mundo.

Brigávamos pelo banco da frente, pelo de trás, pelo filme na locadora, pelo primeiro pedaço, pelo último, por quem tomava banho mais rápido, se arrumava antes, pelo lugar na mesa, pelo Amendocrem, pela lembrancinha na festa de aniversário e pelo lugar no sofá. A melhor parte das brigas era saber que, independente do resultado e dos roxos, estaríamos juntas.

Aprendi a dividir histórias, casos, confidencias. Eras meu "querido diário". A primeira reunião dançante (ou festa Americana), o primeiro beijo, primeiro namorado, primeiro porre - este definitivamente não tem como esquecer, paixões platônicas, peripécias proibidas, tudo passou por ti. Como boas irmãs, nos apoiávamos nos momentos bons e nos reprimíamos naqueles nem tão agradáveis assim. Acobertávamos uma a outra e mesmo que estivéssemos brigadas e juradas de morte, jamais nos entregamos. 

Dividi minha vida e meus sonhos contigo, meu jeito de ser, minha juventude e meus pensamentos. Vibrei muito, torci muito por ti e nunca vou conseguir expressar em palavras a gratidão que sinto por teres me levado contigo, no caminho para te tornares uma grande e inesquecível mulher. És uma das pessoas mais fortes, de brilho mais intenso e uma das melhores mães que conheço. Nada nunca vai apagar essa história, este sentimento.

O mais especial e verdadeiro é que, apesar dos pesares, nós escolhemos tudo isso. E, mesmo nos momentos em que parecia que a vida nos separaria, escolhemos permanecer juntas, ligadas. E agora você se foi e eu fiquei aqui, perdida, precisando do teu colo. 

Estarás sempre comigo. Sangue do meu sangue. Te amo.


junho 30, 2012

Um amor para vida toda


"É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música."
Balzac

Certo, entendido. Mas, para desenvolver-se no âmbito da musica e descobrir do que seu violino é capaz, ele precisará tocar outras musicas. É muito difícil achar que, ele chegará a excelência tocando sempre a mesma melodia. Se a intenção dele é um repertorio curto, com variações do mesmo tema, pode até ser que a estratégia funcione. Agora, convenhamos, a mesmice cansa – e raramente satisfaz.

Quem conhece mulher tem uma única certeza, ela não é sempre a mesma mulher. São tantas as fases das nossas vidas, que é difícil elenca-las ou dizer precisamente quando elas acontecem. Arriscaria dizer que são praticamente diárias. Levanta a mão aquela mulher que segue achando que o Rafael do Polegar é o homem mais bonito do universo. Ou que, um batom vermelho nunca vai combinar com seu tom de pele.

A mulher deixa de ser filha, para tornar-se esposa. Deixa de ser esposa, para tornar-se mãe – claro, não necessariamente nesta ordem, mas a mudança é inevitável. Se ela não mudar e aprender novas musicas, dificilmente conseguirá lidar com as diferentes partituras da vida. Um dia, estamos felizes porque o ar existe, noutro estamos sufocadas porque ele está pesado. Se um homem só souber tocar uma música, não saberá lidar com o novo tom. E vai dançar.

A nossa amplitude é tanta e tão inexplorada que, por raras vezes, nós nos entendemos. Ele pode amar uma mulher a vida toda, mas ela jamais será a mesma. O seu amor, provavelmente será a maior razão da sua transformação.

junho 23, 2012

Humanidade 2012


Eu demorei para visitar a mostra Humanidade no Forte de Copacabana durante a Rio + 20. Francamente, não teria ido se não fosse por motivos profissionais. Trabalhando no setor de eventos, necessariamente é preciso visitar outros acontecimentos para conhecer coisas novas e gerar novas idéias. O que eu jamais imaginei foi que, sairia de la com outra visão do mundo, da beleza e do ser humano.

Humanidade 2012 é uma estrutura bruta, construída no Forte, habitada por uma quantidade de informação realmente incrível. Nota-se em cada detalhe do evento que tudo foi pensado e faz sentido. É possível ver a relação de convivência entre as estruturas metálicas, o feio as plantas e delicadas flores que guiam o caminho do visitante na exposição. As diversas salas suspensas, trazem consigo mensagens que podem nos fazer pensar durante horas. Com fitas iguais às do Senhor do Bom Fim, mas com o nome das mais diversas cidades do mundo, forma-se um mapa do Brasil. Mostrando que, nós brasileiros nascemos das mais variadas origens.

O pendulo encontra seu centro no Espaço da Humanidade
O mais incrível definitivamente foi a Sala da Humanidade. Revestida por 70 mil bonecos, que representam cada 100 mil habitantes, a população na Terra. A sala abriga além de 10 mil títulos, o pendulo que representando a humanidade, fica descentralizado sobre uma mesa redonda no centro da sala. Ao inicio da cerimonia do pendulo, somos convidados pela voz de Maria Bethania a nos unirmos e juntos mostrarmos que é preciso ter colaboração para se ter sustentabilidade. Pelo esforço em conjunto o pendulo encontra o centro da mesa, a música se intensifica, as luzes se acendem e quase 50 pássaros brancos - feitos de acrilico, sobrevoam a sala tirando o fôlego de quem está assistindo. 

A sensação da visita é indiscritivel, a harmonia entre o bruto e o delicado, a pobreza e a riqueza, o preto e o branco, é feita com tamanho cuidado que saimos de lá acreditando que realmente há esperança para nossa raça. São tantas as mensagens que se tira de uma visita destas, que certamente passarei meses tentando assimilar. O sentimento é avassalador, em diversos momentos me emocionei a ponto de ficar com lagrimas nos olhos. Sem nem perceber que a emoção era tanta, me deixei ser transportada para o mundo da fantasia, da felicidade plena. Pensar que, seres humanos construiram e pensaram neste espaço, mostra que existem no mundo pessoas que querem mesmo é ser feliz. Independente de tudo, elas seguem seu caminho e proporcionam a outros experiencias incriveis, ao custo de seu suor.

É uma pena que o mundo inteiro não tenha passado por ali, uma verdadeira lastima. Todos os registros feitos da exposição, sejam textos ou fotos, não fazem jus ao que experenciei. Mesmo nas palavras do melhor escritor ou atraves das lentes do maior fotografo, o sentimento não pode ser traduzido. Acredito que isto seja mesmo o objetivo, a felicidade por exemplo não se explica, não é perfeita e definitivamente não está presente o tempo todo. Mas, é aquela fé ou aquele sentimento dentro de cada um, que nos diz que tudo vai ficar bem. O Humanidade 2012 me deixou a mesma sensação - mesmo que não possa explicar o que vi, brilha em mim pela primeira vez o sentimento de que vamos ficar bem. O mundo vai encontrar seu caminho de volta. 

junho 20, 2012

Ensinamentos póstumos


Ela era assim, dondoca. Desde sempre, muito bem arrumada, perfumada e com o semblante inabalável. Vivia de saia, meia calça fio de seda, sapato com salto médio e o famoso lenço na manga da blusa de seda.
Perolas no pescoço, nada nunca muito ostensivo ou exageradamente grande, tudo na medida certa. Dona de uma educação impecável e ditados que explicam até hoje, o comportamento humano.

Detestava falta de educação, homens de estatura baixa e desrespeito à hierarquia. Frequentadora assídua das missas de domingo, tinha um canal reto com Deus, nosso Senhor. Rezava todos os dias e era abençoada a cada culto.

O que não se sabia, ou melhor, o que ela não transmitia era ser uma pessoa calorosa e observadora. Sabia de tudo e todos e seus atos, na maioria das vezes mal interpretados, sempre eram exatamente o que deviam ser. Nunca foi uma mulher de muitas palavras, mas aquelas que profetou, mudaram vidas.

Ao decorrer dos anos, perdeu familiares, amigos e conhecidos. A ponto de dizer que desistia desta vida para poder reencontrar seus entes queridos. Eis que, no alto de seus 94 anos, encontrou seu caminho e seguiu para tornar-se uma estrela.

Visitei-a em seu leito e conversamos por algum tempo. Era hora de dormir, e pela primeira vez esboçou emoção e medo do destino. Achei que era um temor natural, coloquei-a para dormir, me despedi com um beijo e um até breve. Naquele momento, vi pela primeira vez, a mulher fogosa, destemida e encantadora da qual ouvi histórias a vida toda.

 Jamais pensei que aquela seria a última vez que a veria, antes dos procedimentos fúnebres. Mas, aquele momento mudou minha visão de mundo, me fez pensar que, por debaixo de um casco grosso e resistente, podemos encontrar a mais frágil e singela das coisas. O amor.

O momento, certamente não foi o mais propicio, mas foi o mais marcante que vivi com minha avó. A Senhora Celeste Mariano da Rocha Silla, a mulher mais central, plural e absoluta que conheço.