fevereiro 18, 2014

Meu novo ano novo

Inevitável chegar aos últimos dias do ano e não considerar que no horizonte nasce a esperança de um novo rumo. Ano novo, vida nova. Renovação, oportunidade, energia, alegria, etc. Esta são as promessas que, a virada do ano representa na vida de muitas pessoas.

Notoriamente, chegamos ao final do ano esgotados, aquele clima de alegria misturado com a iminência de cometermos um crime (geralmente, assassinato), de um ente querido, chefe ou até mesmo o carinha aquele que está desatento na fila do supermercado.

Além das reflexões mais comuns, neste ano realmente me dediquei a entender o que significa esta virada. No entanto, me deparei com novas ideias sobre este rito de passagem. Considerei coisas que antes, não havia considerado. Essa história de “ano novo, vida nova” não me engana mais.

A cronologia está aí para que todos tenham a mesma métrica, que saibamos datas e horários de acontecimentos e que o universo gire em torno de algum sentido de ordem. Seria extremamente incomodo, ter que dizer que hoje é aproximadamente o dia 740.000. Eu nasci lá pelo dia 723.000, ora, não lembro o que comi ontem no almoço que dirá como foi o dia 729.670 – meu aniversário de 18 anos.

A verdade é que os dias são sequenciais e por isso, de 31 para 1º não existe este portal que fará a vida maravilhosa, que nos dará a segunda chance de acerto. Acredito sim, que existe uma magia nesta data, é neste momento que quase o mundo inteiro está interligado pelo mesmo desejo e mesma animação.

Contudo, começo a pensar que, nossos anos novos são o momento seguinte de um grande acontecimento. Seja bom ou ruim. Um marco, como queiram. Um momento especifico, que muda nosso rumo – seja com relação à atividades cotidianas ou de atitudes. Aquele momento em que nós mesmos superamos nossas expectativas, nos surpreendendo e compreendendo a força que temos e do que somos capazes.

São os instantes em que nos familiarizamos com nós mesmos, um insight acompanhado de uma atitude.  Este é o corte onde podemos pensar, agora será diferente. Farei diferente, pensarei diferente, observarei com outros olhos. Estes sim, constituem momentos de inicio, são os primeiros novos momentos.


Segunda chance já não é um conceito no qual me prendo mais. Na verdade, não acredito ser uma segunda chance. Acho que temos outra oportunidade, mas dificilmente seremos os mesmos, mais difícil ainda será recriar todas as condições do primeiro acontecimento.