outubro 26, 2012

O Facebook nos tempos da escola


Aparentemente, quem viu Fantástico na semana passada, está aterrorizado achando que o Facebook tem o poder de arruinar sua vida, deixar você exposto, aproximar a terra do sol e aniquilar a raça humana.

Li em um post: você que viu Fantástico e está achando que sua privacidade foi invadida, delete sua conta. Simples assim.

Mas não podemos esquecer nossas raízes. A sede por informações da vida alheia esteve sempre presente, dado que através de outros meios de comunicação. Claro, o universo de pessoas envolvidas era menor, mas quem respira sabe o poder de alcance de uma fofoca.

Esses dias, estávamos tomando um chopp e revivendo histórias do passado. Mesmo que, na mesa houvesse uma diferença de idade, é unanimidade: todos se lembram dos famosos questionários ou cadernos de respostas que passavam de mão em mão nas salas de aula.

Eram cadernos inteiros repletos de perguntas para os coleguinhas responderem. A finalidade? Descobrir se, o garoto de quem você gostava, também gostava de você – e quais eram as preferencias dele. Começava com questões simples, nome, apelido e idade.

Depois, vinham as perguntas de perfil, turma, turno e matéria preferida – pasmem, os guris sempre respondiam educação física. Entravamos então no campo das preferencias culturais, ator preferido (Lima Duarte era destaque na minha época), novela, atriz preferida (Fernando Montenegro, par perfeito de Lima).

Aqui começam as perguntas profundas: o que você quer ser quando crescer, signo, maior defeito, maior qualidade, o que admira em alguém, o que não suporta em alguém – informações extremamente importantes para desenvolver estratégias de conquista.
Passávamos também pelas preferencias musicais, banda favorita, musica preferida – esta era a pergunta que definia a playlist da Reunião Dançante (ou Festa Americana). Agora a coisa estava ficando séria.

Chegamos ao momento tão esperado, aquela pergunta: Você gosta de alguém? Sim. Coração começa a bater mais rápido, respiração fica curta e desnivelada e as mãos começam a suar, porque a próxima resposta diria se esta pessoa é você. Vira a página, De quem? Não posso responder. Uuuuuuuuuuuuuuu quase!

Depois de fortes emoções, um insight completo na vida dos colegas, a última pergunta era na verdade um pedido: deixe um recado para a dona desde caderno. Ou seja: escreva no meu mural!

Pode editar o perfil o quanto quiser, pode trocar mil vezes as configurações de segurança. Mas lembre-se, em algum lugar, alguém guardou um caderno com todas as suas informações mais intimas. Aquelas que espelham a sinceridade e simplicidade dos sentimentos de uma criança, sem os preconceitos da vida adulta.

2 comentários:

  1. Julinha relembrando nosso facebook retro. Amei.
    Porque p importa mesmo é suprir nossa curiosidade de saber detalhes daquilo ou daqueles quem almejamos.

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  2. Milaaa tempos bons aqueles, hein? Ahahah

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