"É tão absurdo dizer que
um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um
violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música."
Balzac
Balzac
Certo, entendido. Mas, para
desenvolver-se no âmbito da musica e descobrir do que seu violino é capaz, ele
precisará tocar outras musicas. É muito difícil achar que, ele chegará a
excelência tocando sempre a mesma melodia. Se a intenção dele é um repertorio
curto, com variações do mesmo tema, pode até ser que a estratégia funcione. Agora,
convenhamos, a mesmice cansa – e raramente satisfaz.
Quem conhece mulher tem uma única
certeza, ela não é sempre a mesma mulher. São tantas as fases das nossas vidas,
que é difícil elenca-las ou dizer precisamente quando elas acontecem.
Arriscaria dizer que são praticamente diárias. Levanta a mão aquela mulher que
segue achando que o Rafael do Polegar é o homem mais bonito do universo. Ou
que, um batom vermelho nunca vai combinar com seu tom de pele.
A mulher deixa de ser filha, para
tornar-se esposa. Deixa de ser esposa, para tornar-se mãe – claro, não
necessariamente nesta ordem, mas a mudança é inevitável. Se ela não mudar e aprender
novas musicas, dificilmente conseguirá lidar com as diferentes partituras da
vida. Um dia, estamos felizes porque o ar existe, noutro estamos sufocadas
porque ele está pesado. Se um homem só souber tocar uma música, não saberá
lidar com o novo tom. E vai dançar.
A nossa amplitude é tanta e tão inexplorada que, por raras vezes, nós nos entendemos. Ele pode amar
uma mulher a vida toda, mas ela jamais será a mesma. O seu amor, provavelmente
será a maior razão da sua transformação.